Ex-atacante do Vasco, Jardel fala sobre sua luta contra o álcool, a cocaína e a depressão

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Jardel relata rotina diária contra o vício em droga e a depressão: “Não posso mais errar”

Mário Jardel de Almeida Ribeiro adotou o lema de viver um dia de cada vez. Aos 51 anos, o olhar ao pretérito remete lembranças positivas e outras negativas, das quais ele quer provar que abandonou. A grande guerra da vida do ex-atacante de sucesso com passagens por Vasco, Grêmio, Porto, Sporting, Galatasaray, entre outros, é provar a si mesmo que é uma novidade pessoa.

A cabeça, que o ajudou a fazer notabilidade e a marcar a maior segmento dos gols de sua curso, agora é o seu principal coligado (e oponente) para conseguir viver além do futebol. Jardel procura lastrar a saúde mental para permanecer longe do vício em álcool e cocaína.

Morando em Fortaleza, sua cidade natal, Jardel tem rotina muito menos agitada se comparada aos tempos de jogador profissional. Entre atividades físicas e uma alimento regrada para perder os quilos que acumulou com a aposentadoria, a igreja se tornou importante aliada dos remédios que toma para combater outro problema: a depressão.

“Você sai de vivenda e encontra uma pessoa que já oferece droga, isso é veste. Você escuta: “Dá um papelote pro rostro””

— Jardel

– É matar um leão todo dia, sem incerteza. Para todo adicto é uma luta diária. Fiz alguns tratamentos, me recuperei e estou firme e poderoso para que os caminhos se abram mais ainda. Eu não tenho vergonha de falar, as pessoas que me conhecem têm a consciência da pessoa que sou: boa, que fazia mal só pra mim. As tentações vão vir, mas quanto mais você está perto de Deus, mais Ele te escuta e te protege.

– Sou um varão de vivenda, igreja, me fortalecendo em Deus para alongar as pessoas que não merecem estar perto de mim. Levo uma vida muito familiar, até porque, por prevenção das coisas que eu passei, me preservo de muitas coisas que me faziam mal. Hoje levo uma vida muito serena, tranquila, fazendo meus eventos fora do Brasil, fazendo jogos amigáveis. Recebo bastante invitação, até porque tenho que remunerar contas, né? Não lucro mais salário milionário, busco ter uma vida com a família, muito regrada, com cuidados por tudo que passei. Depois que parei [de jogar], hoje tenho a consciência que isso teria que ser mudado, e foi – conta.

A depressão não é o único oponente atual de Jardel, que passou por diversos tratamentos para amenizar os efeitos da doença. Dependente químico confesso desde o início dos anos 2000, diariamente o ex-jogador evita ambientes e companhias que, segundo ele, o levaram a uma vida “desgraçada”. Em 2007, depois de suportar uma overdose, Jardel passou a encarar o problema de frente e falar sem qualquer pudor sobre a dificuldade que é se manter livre do álcool e da cocaína.

– Aonde chego, existe aquela pessoa oferecendo coisas. Tem que ser poderoso para negar, nunca usei droga quando estava jogando e agora, com essa novidade vida, a mudança que me determinei a fazer, tem uma influência muito grande [recusar]. A responsabilidade dos eventos, de estar perto do pessoal da subida classe, dos jogos, vai sempre ter o cãozinho atentando, oferecendo. É uma luta diária. A depressão vem, os problemas, o gatilho… tem que ser controlado pela sua mente – revela Jardel.

Jardel evita falar sobre quando tempo está “limpo” (sem usar droga), mas garante que “há um bom tempo” não tem contato com a cocaína, que teve papel fundamental para um término de curso distante do imaginado por ele, quando deixou o futebol em 2010, no Cherno More, da Bulgária.

– Não sei o quanto, mas bastante tempo e muito consciente disso que hoje é mais um dia. Estou feliz com o meu estado atual. Tomo meu remédio para dar uma ajuda pra dormir, tomo antidepressivo, não muito uma vez que tomava, mas tomo um pouquinho… – disse.

“Sou um rostro que hoje tem a consciência que não posso mais trebelhar. A vida é muito formosa para gente trebelhar com coisas que não prestam”

— Jardel.

– Eu tenho muita fé em Deus, que ele me permaneceu vivo pela minha mudança. Porque por tudo que eu fiz de inverídico, eu poderia já estar morto, mas eu sou um rostro ditoso. Todo mundo gosta de mim, eu não faço mal para ninguém. Só fazia pra mim mesmo, mas hoje posso levantar a mão pro firmamento com muita crédito e recato de que estou levando uma vida que Deus quer.

A atual rotina do ex-jogador inclui, além da igreja e de atividades físicas em vivenda, a gestão de uma cafeteria e outros negócios da família em Fortaleza, presença vip em jogos festivos e uma novidade curso: a de palestrante motivacional.

– Minha palestra vai ter o meu prelúdios, o sacrifício de pegar quatro ônibus para ir ao treino, aquela história de perfazer o treino e não ter às vezes merenda, vinha com rafa. Vou descrever o prelúdios, o meio e o final da minha curso, os problemas que tive, as alegrias, alguns pontos que aconteceram em jogos. Portanto é bastante interessante, impactante, porque vou descrever tudo – disse.

A curso de Jardel

Nascido em Fortaleza, Mário Jardel deu os primeiros passos na curso no Ferroviário, antes de chegar ao Vasco, no início dos anos 1990. Foi no clube carioca que o centroavante ganhou projeção ao ser tricampeão estadual de 1992 a 1994. Foram 36 gols marcados em 75 jogos pelo cruz-maltino antes de um desentendimento com a diretoria da era e a transferência para o Grêmio.

No clube gaúcho, Jardel se consolidou uma vez que um dos maiores goleadores do futebol brasiliano. Bicampeão gaúcho (1995/96), vencedor e bombeiro da Libertadores (1995) e da Recopa (1996), foram 65 gols em 84 jogos que rapidamente o colocaram uma vez que um dos ídolos da equipe histórica comandada por Felipão.

O grande desempenho na América do Sul levou Jardel para a Europa, mais precisamente para o Porto, de Portugal. Por lá, o centroavante marcou impressionantes 168 gols em 175 jogos, sendo multicampeão no país e duas vezes Chuteira de Ouro uma vez que maior goleador da Europa, além de bombeiro da Liga dos Campeões e cinco vezes do Campeonato Português. Por lá, Jardel defendeu também o Sporting, pelo qual marcou 67 gols em 63 partidas.

Jardel segue sendo o único brasiliano a ter sido bombeiro da Conmebol Libertadores e da Liga dos Campeões. A passagem pela Europa ainda teve no currículo o Galatasaray, da Turquia, onde fez 34 gols em 42 jogos e foi vencedor da Supercopa vencendo o Real Madrid na final, marcando dois gols.

A curso teve também passagens por Newell’s Old Boys, da Argentina, Newcastle, da Austrália, Criciúma, Ferroviário, Goiás, América-CE, Flamengo-PI e Rio Preto-AM antes de se reformar em 2010, no Cherno More, da Bulgária. Jardel fez dez jogos pela seleção brasileira e marcou um gol.

Por falar em Seleção, ele afirma não ter guardado mágoa de Felipão por não ter sido convocado para a Despensa de 2002, ano em que ele diz que merecia mais do que Romário, outro nome que gerou polêmica ao permanecer fora da lista final do time que viria a invadir o pentacampeonato.

– Pelo que eu fiz, pelo momento que estava, eu [em vez do Romário]. Fui chuteira do planeta e não fui para a Despensa. Não julgo o Felipão, palato muito dele. Levou o Luizão, não julgo. Eu não guardo mágoa de ninguém, não adianta você velar rancor, você fica pesado.

Os números de Jardel pelos principais clubes da curso:

• Vasco: 75 jogos | 36 gols




• Grêmio: 84 jogos | 65 gols




• Porto: 175 jogos | 168 gols




• Sporting: 63 jogos | 67 gols




• Galatasaray: 42 jogos | 32 gols

Ao todo, foram 415 gols em 565 jogos na curso, sendo um dos principais cabeceadores dos últimos anos no futebol. Há quem diga que Cristiano Ronaldo aprendeu o fundamento no período em que conviveu com Jardel no seu início de curso no Sporting.

– Eu pegava a esfera e chamava ele [Cristiano Ronaldo]: “Vai ali, juvenil, cruzar pra mim e aprender uma vez que é que se cabeceia”. A história foi muito fulminante, hoje era gol toda hora, com o VAR eu teria feito… fiz 520 gols na minha curso… teria quase milénio gols, quase o Pelé. Com esse VAR teria feito muitos gols, se tivesse começado o negócio do Instagram, também, teria aí quase uns três a quatro milhões de seguidores brincando.

“Quanto eu ganharia hoje? No mínimo uns 15, 20 milhões de reais por mês. Na era ganhava dois e era um salário top”

— Jardel.

Quase cunhado de CR7 e Big Brother

Jardel pouco reclama ou lamenta das suas poucas mais de duas décadas no futebol profissional, a não ser quando o tópico é a quase presença de Cristiano Ronaldo uma vez que membro de sua família.

Na passagem pelo Sporting, Jardel viu a sua mana, Jordana, engatar um breve romance com o craque português que ainda sequer era reconhecido pelo seu talento. A mana de Jardel foi a primeira namorada assumida publicamente por CR7, veste que o ex-atacante brasiliano brinca ao recordar sobre uma vez que seria ser cunhado de um dos maiores jogadores da história do futebol mundial.

– Minha irmãzinha podia ter se casado com o Cristiano Ronaldo, mas não se casou. Ele poderia ser meu cunhado, mas a vida é assim… Não falo sobre isso [com o CR7], o rostro é casado, isso é pretérito e o pretérito é museu – brinca Jardel.

Jardel foi finalista do Big Brother Famosos em Portugal — Foto: Reprodução

Jardel é uma notoriedade em Portugal por ter feito sucesso atuando em dois dos maiores clubes de futebol do país. Por isso, foi convidado em 2022 para participar de uma edição do Big Brother lugar unicamente com famosos. O desempenho foi bom: o ex-jogador ficou em quinto lugar e não desistiu do confinamento mesmo com a morte da sua mãe poucas semanas antes do término do programa.

– Foram dois meses trancado, zero álcool. Só me fortaleceu, foi bom para mim e para a minha imagem, saí muito muito visto. É um “fala-fala” do lado, você vira as costas e o rostro já tá falando de você, vamos derrubar esse, fala, é um jogo dentro de uma vivenda com um montão de traíra.

– Fiquei em quinto, foram cinco para a final e aí eu saí. Sempre disse que queria estar ali muito, passando a minha imagem atual, saí muito muito visto. Minha mãe faleceu uma semana antes da final, foram me avisar e eu não saí, porque me conheço e poderia entrar em depressão – relembra.

Política: da cassação ao libido de novidade chance

Emérito do futebol, Jardel investiu na curso política e foi eleito deputado federalista pelo Rio Grande do Sul nas eleições de 2014. Foram 41.227 votos para um procuração de quatro anos. No entanto, no termo do seu segundo ano no incumbência, o ex-jogador acabou sendo cassada por unanimidade: 51 votos em prol e nenhum contra.

Jardel foi denunciado pelo Ministério Público por diversos crimes, uma vez que organização criminosa, peculato e uso de documento falso. Ou por outra, foi denunciado por suposto envolvimento no ramal de recursos do seu gabinete com a manutenção de funcionários fantasmas e “rachadinha”, entre outras denúncias.

Quase dez anos depois, Jardel comentou sobre a rápida passagem pela política e os problemas com a Justiça que potencializaram a sua depressão. Mesmo tendo sido cassado, Jardel não descarta retomar a vida na política desta vez representando o estado do Ceará.

No entanto, não coloca isso uma vez que prioridade.

– Eu fui denunciado de muita coisa que não fiz, as pessoas que me fizeram mal sabem. E não vou falar nomes cá. Eu entrava no elevador para subir na Reunião, os deputados querendo fotos, não sei o que… não sabia para onde ir, errei também nas escolhas dos assessores. Errei tudo, admito. Isso é um pretérito, não descarto voltar a ser um deputado estadual cá em Fortaleza, quando for a hora certa de ser um vereador, um deputado, um coligado, mas na dimensão do esporte, no que sei fazer.

– Não tive a sabedoria que os outros já tinham, fui mal orientado, logo correu mal. Mas, graças a Deus, está tudo passando. Já está acabando o processo, as pessoas que queriam me fazer mal não apareceram no julgamento, porque sabem que estão errados. E eu tenho a consciência limpa, já paguei a improbidade, está tudo lá e não foi provado zero até agora. Estou muito consciente do que fiz de inverídico, levo uma vida honesta comigo mesmo para ter essa maturidade diária de estar onde tenho que estar, em ambientes saudáveis buscando coisas que sei fazer.

Mais sobre Jardel

• Nome: Mário Jardel de Almeida Ribeiro




• Idade: 51 anos (18/09/1973)




• Curso: Ferroviário, Vasco, Grêmio, Porto, Galatasaray,Sporting, Bolton, Ancona, Newell’s Old Boys, Goiás, Orla-Mar, Criciúma, América-CE, Flamengo-PI, Rio Preto-AM e Cherno More.




• Títulos: Mundial sub-20 (1993), Campeonato Carioca (1992/93 e 94), Campeonato Gaúcho (1995 e 96), Campeonato Goiano (2006), Libertadores (1995), Recopa Sul-Americana (1996), Supercopa da Europa (2000), Campeonato Português (1996/97, 1997/98, 1998/99 e 2001/02), Taça de Portugal (1997/98, 1999/00 e 2001/02), Campeonato Prateado (2005), Liga Australiana (2007/08), entre outros.




• Prêmios individuais: Chuteira de Ouro Uefa (1998/99 e 2001/02), Bombeiro da Liga dos Campeões (1999/00), Bombeiro da Libertadores (1995) e Bombeiro do Campeonato Português (1996/97, 1997/98, 1998/99, 1999/00 e 2001/02).

Natividade: ge