Da perda do pai ao fulgor no Vasco; conheça a saga de Paulo Henrique

Ainda de consonância com o levantamento, Paulo Henrique supera a média dos laterais do Mundial na intervalo percorrida em subida intensidade (1.114m contra 902m) e em intervalo em sprint (456m contra 268m), com o adendo de que pode subsistir pequena margem de erro pelo veste de que os dados do Vasco são reunidos por GPS, e os do estudo da Fifa, por imagens.

– O coletivo está sempre supra de qualquer coisa, mas também fico muito feliz pelo individual estar aparecendo com gols, assistências e desarmes. Tudo que eu puder amplificar, vou estar sempre muito feliz em ajudar – disse o lateral em entrevista ao ge, em maio.

Na ocasião, Paulo Henrique respondeu sobre a possibilidade de ser convocado pela seleção brasileira, sonho que pode ser cumprido na próxima segunda-feira, quando Ancelotti vai anunciar a lista dos jogadores que vão disputar os jogos contra Chile e Bolívia, pelas duas últimas rodadas das Eliminatórias para a Despensa do Mundo. O jogador do Vasco nunca esteve tão perto de depreender a meta traçada ainda no início de uma curso que só existe graças ao pai.

O último libido do pai

Paulo Henrique é o fruto mais novo do Seu Waldemar, um operador de máquinas de madeireiras que, antes de se reformar, também trabalhou porquê porteiro de um prédio. Ele morreu em 2015, aos 68 anos.

O lateral nasceu e viveu até a metade da juvenilidade em Sete Barras, cidade do interno do Paraná. Sempre foi “meio ligeirinho”, porquê revelou recentemente, e tinha o sonho de se tornar jogador profissional. Mas o projecto a princípio era compartilhado somente entre pai e fruto. O resto da família sabia que ele gostava de futebol. E só.

Quando Paulo estava prestes a completar 16 anos, Seu Waldemar sofreu um acidente vascular cerebral grave e foi internado às pressas. Ficou meses no hospital, na maior secção do tempo entubado e inconsciente. Em uma das poucas vezes que voltou a si e conseguiu falar, ele fez um pedido às suas filhas, as irmãs mais velhas de Paulo Henrique: que ajudassem o caçula a virar jogador de futebol.

– Pouco antes de falecer, ainda no hospital, nosso pai viveu um último momento de lucidez, e sua maior preocupação era com o Paulo. Com muita dificuldade na fala, devido ao seu estado, ele nos fez esse pedido. Ele acreditava profundamente em seu talento e tinha a certeza de que um dia ele chegaria à Série A – contou ao ge Clevesmari de Cássia Alves, a Mari, uma das irmãs.

“A última frase em vida do meu pai se transformou, para nós, em um compromisso”.

Na estação, Paulo Henrique vivia com a mãe, Dona Eunice, em Sete Barras. As irmãs, filhas do primeiro consórcio de Seu Waldemar, foram até a cidade que fica a respeito de 230 quilômetros de intervalo de Curitiba pedir a permissão para que o menino se mudasse com elas para a capital. Dessa forma, poderiam passar detrás de peneiras e testes. A mãe autorizou.

Edina, Eliane, Jaqueline e Mari foram as responsáveis por vincular, buscar informações, escoltar o irmão nas avaliações, levá-lo e trazê-lo ao mesmo tempo em que ficavam no pé dele para que concluísse o Ensino Médio. Até que um dia descobriram que haveria uma tamis credenciada pelo Santos em Curitiba. Era a chance perfeita.

Paulo Henrique foi medido ao lado de aproximadamente 800 jovens. A princípio, se inscreveu porquê atacante, mas, vendo que a concorrência na frente era grande, pediu para jogar de volante. “Eu vi ele em campo, indo em direção ao responsável, para pedir para continuar em outra posição. Ele teve persistência e resiliência”, se lembra Mari, que o acompanhou no dia.

Paulo passou para a segunda período, e dessa vez foi de Jaqueline a tarefa de levá-lo para os testes em Santos. No final das contas, ele não passou. Mas a boa atuação na tamis em Curitiba fez com que Paulo Henrique se aproximasse de uma dupla de empresários que, mais tarde, o colocariam na base do Londrina. Thiago Rinaldi e Johan Rinaldi, da FTM Sports, agenciam a curso do lateral-direito do Vasco até hoje.

“Não é pelo moeda”

Em 2014, Thiago fez uma aposta com o objetivo de motivar Paulo Henrique: se ele fosse vencedor paranaense sub-20 daquele ano com o Londrina, ganharia um iphone novinho em folha.

O Tubarão vinha de dois vice-campeonatos para o Coritiba nas temporadas anteriores e, no termo, enfrentou o Coxa novamente na final. Mas, dessa vez, faturou o título com vitória por 2 a 1 no Estádio do Moca e empate em 1 a 1 no Couto Pereira. Paulo Henrique foi um dos destaques.

Paulo, portanto, procurou o empresário e perguntou se poderia trocar o seu prêmio. Ele não queria um iphone. Em vez disso, pediu para que comprassem um microondas para a mãe.

– Rebento da mãe, aquilo me quebrou! – recorda Thiago, com bom humor. – Todo moleque dessa idade quer ter o telefone, o tênis da voga. Ele quis dar um microondas para a mãe. É evidente que demos o iphone e o microondas. Johan e eu fomos até Sete Barras para entregar para ela.

Ajudar a família, em privativo a mãe, sempre foi um dos principais objetivos de vida de Paulo Henrique. Quatro anos detrás, quando saiu do Paraná e foi jogar a Série A do Brasílico pelo Juventude, no primeiro grande salto salarial da curso, ele realizou o sonho de tirá-la do aluguel e comprou uma mansão para Dona Eunice em Sete Barras.

Até chegar nesse ponto, no entanto, Paulo passou por muita coisa. Em 2019, depois de uma passagem pelo Metropolitano-SC, conheceu a esposa Patricia Casani em Blumenau. Patrícia revelou em entrevista recente à “Vasco TV” que, no início, precisou ajudar o portanto namorado a comprar um colchão porque ele dormia no pavimento. Ela deu mais detalhes dessa estação em contato com o ge:

– Eu morava na minha cidade e ia para Curitiba (Paulo jogava no Paraná) para vê-lo, pegava ônibus e ia sempre que tinha jogo em mansão. Muitas vezes não podia nem ver o jogo, porque era pandemia, mas eu ia pra permanecer com ele no pós-jogo, a gente ficava um dia junto. Um tempinho depois fomos morar juntos, e essa foi a estação mais caótica porque nosso apartamento não tinha zero, era tudo velho, geladeira caindo aos pedaços – contou Patrícia.

– No início, ele dormia no pavimento e eu achei um contraditório. Mas ele não tinha nem cartão de crédito, se não me ilusão. Era muito mão de vaca, sabia o quanto podia gastar. Fomos até o meio, colocamos no meu cartão, a gente foi pagando parcelado. A gente sem máquina de lavar, e tinha que lavar a roupa do clube em mansão porque era pandemia, portanto ele lavava no chuveiro (risos). Passamos muito perrengue. Mais para o finalzinho do ano, ele teve um aumento de salário, e as coisas começaram a melhorar.

Apesar de tudo isso, da responsabilidade de mudar a vida da mãe e da urgência de promover conforto para a própria família, o moeda não foi o principal fator levado em consideração nas escolhas de curso de Paulo Henrique. O projecto desde o início sempre foi buscar um patamar supra (da Série C para a Série B, e daí para a Série A…) até se tornar um jogador de escol e, quem sabe, chegar à seleção brasileira.

E pensar dessa forma muitas vezes significa perfurar mão da melhor proposta financeira.

Quando chegou ao Paraná para jogar a Série B do Brasílico em 2020, por exemplo, um clube da Série C ofereceu um salário praticamente quatro vezes maior para contratá-lo. E Paulo recusou por entender que isso seria dar um passo detrás na curso.

Depois das duas temporadas com o Juventude na Série A, em privativo pelo que fez no jogo contra o Flamengo na penúltima rodada do Brasílico de 2022, com gol e assistência no empate em 2 a 2 no Alfredo Jaconi (veja no vídeo inferior), o lateral foi procurado por muitos clubes. Dentre os quais, o Cincinnati – que nessa janela voltou a tentar contratá-lo, mas sem sucesso.

Paulo tinha tudo guiado para proteger o clube da Major League Soccer, mas foi procurado pelo Atlético-MG em cima da hora e aceitou ir para Belo Horizonte porque jogar na escol por uma equipe porquê o Galo era o que ele queria em termos de curso – ainda que atuar nos Estados Unidos fosse melhor financeiramente.

“Ele tinha um sonho e sempre soube onde onde queria chegar”, explicou a esposa Patrícia.

– Não é pelo moeda. E esse movimento de curso de não optar pelo moeda e optar pela Série A tem tudo a ver com isso. Foi a opção que a gente escolheu na estação, sempre conversando com Thiago, que é muito mais que um empresário. A gente sempre teve essa conversa franca de respeitar o que o Paulo queria – completou.

Vasco chegou a liberá-lo

Paulo Henrique disputou exclusivamente três jogos com a camisa do Atlético-MG. No início de 2023, ele foi titular contra Caldense, Ipatinga e Patrocinense pelo Campeonato Mineiro e saiu no segundo tempo de todas as partidas. Ao todo, sua passagem se resume a aproximadamente 170 minutos em campo. Paulo sofreu repudiação do portanto técnico Eduardo Coudet e ficou sem espaço na equipe.

O Vasco já havia demonstrado interesse em contratá-lo na saída do Juventude, retomou o contato e fechou um negócio por empréstimo, sem opção de compra. Paulo e a esposa haviam terminado de se mudar para uma mansão em Lagoa Santa, ao lado de Belo Horizonte.

– Quando terminei arrumar o closet, coloquei a última coisa, aconteceu de vir a proposta do Vasco. No outro dia juntamos tudo, a gente colocou nos dois carros e viemos para o Rio. Eu, ele e dois gatos, um em cada carruagem – se lembra Patrícia.

Foi nessa estação que Paulo Henrique buscou ajuda para a saúde mental, fundamental para que ele conseguisse suportar, também, os primeiros meses porquê jogador do Vasco. Foi um período em que a esposa perdeu duas gestações num pausa pequeno de tempo e, no clube, o lateral-direito simplesmente não jogava. Ele disputava vaga com Puma Rodríguez, que era o preposto de Maurício Barbieri para a posição, e entrou em setembro com exclusivamente quatro partidas disputadas.

Paulo Henrique chegou a ouvir do Vasco que não estava nos planos e foi liberado para procurar outra equipe na janela do meio do ano. O lateral tinha sondagens de Portugal e times da Série B dispostas a remunerar um salário até maior, mas o empresário se lembra das palavras de Paulo Henrique na ocasião:

“Thiago, eu ralei muito para chegar na Série A. Eu vou até o termo cá”.

Paulo Henrique ficou no Vasco. Em outubro, virou titular da equipe de Ramón Díaz que dava o sprint final da reação para evitar o rebaixamento. No dia 6 de novembro, o lateral coroou o bom momento com o gol da vitória por 1 a 0 no clássico contra o Botafogo, em São Januário. Mas a sua participação mais importante, a que no termo do ano fez com que a diretoria se mobilizasse para contratá-lo em definitivo, foi a assistência para o gol de Serginho na vitória sobre o Bragantino, na última rodada do campeonato. O lance que garantiu a permanência do clube na Série A.

No final das contas, entre empréstimo e obtenção de 70% dos seus direitos econômicos, o Vasco pagou murado de US$ 1,5 milhão (R$ 8,1 milhões na cotação atual) para ter o lateral-direito no elenco. Os outros 30% ainda pertencem ao Atlético-MG.

“Você não é ‘gato’ não, né?”

Uma vez que foi muito atuando no meio de campo naquela tamis credenciada pelo Santos em Curitiba, em 2015, Paulo Henrique foi volante durante os anos em que jogou na base do Londrina e também nos primeiros porquê profissional. Só em 2017, quando estava emprestado ao Iraty, que um treinador decidiu mudá-lo de posição. Seu empresário resumiu porquê se deu o incidente:

“O técnico dele falou: ‘Moleque, você corre demais, vou te usar na lateral’. E foi. Não foi zero planejado”, disse Johan.

Ele e Thiago, que são sócios da empresa que agencia a curso de Paulo Henrique, colocaram o portanto jovem jogador contra a parede certa vez. Diante da força e da velocidade que ele demonstrava ainda no sub-20, sempre supra da média, eles precisavam ter certeza de que Paulo de veste tinha a idade que dizia ter.

– Chamamos ele no escritório. Senta aí. Você não é “gato” não, né? (risos) – contou Thiago, que é paraninfo de consórcio e do fruto de Paulo Henrique.

– Vai saber, né. Mas aí a gente começou a conversar com ele, viu aquele jeito de moleque do interno. E concluímos que não era “gato”, não. Ele só era potente mesmo – completou.

Uma vez, na sua penúltima passagem porquê técnico do Atlético-MG, Levir Culpi foi convidado para ver a um jogo do sub-20 entre Londrina e Coritiba para observar dois jogadores que estariam em campo. Paulo Henrique era o volante do Londrina e, já nos minutos finais, saiu da superfície do opoente para depreender o atacante do Coxa no meio de campo e evitar o contra-ataque, coisa com a qual o torcedor vascaíno hoje em dia está habituado.

Levir não se animou com os atletas que foi observar, mas elogiou o camisa 8 do Tubarão: “Esse aí joga comigo no ano que vem”. Em seguida, se aproximou dos empresários e completou: “Mas pode me segredar, é “gato”, né? Não é provável essa força toda com 20 anos”.

Manadeira: ge